Subo uma escada,
vejo uma luz,
abro uma porta,
entro.
Vultos sem rosto
movem-se lentos
abrindo-se em leque,
atraindo-me para o centro de um círculo
de luzes intensas e muito brancas.
Os vultos crescem sobre mim.
Cobrem-me o céu e dão-se as mãos
fundindo-se num quase muro-prisão.
O ar que rareia
é quente e pesado.
Tem cheiro de casa fechada,
tornando o acto de respirar em esforço inaudito.
Sinto suor atrás no pescoço,
de um medo atávico de não sei quê.
O muro cresce e aperta-me o espaço.
Tenho que fugir!
Quase não consigo andar,
carrego nos ombros o peso do mundo.
Grito sem som,
arrasto-me contra o muro
que afinal não existe,
E respiro finalmente.
Abro uma porta,
desço uma escada,
vejo outra luz,
Acordo.
Janeiro 2007
sexta-feira, 8 de maio de 2009
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