sábado, 2 de maio de 2009

O MEU PAÍS À DISTÂNCIA em memória de Brel

no meu país
existiu um outro país que morreu.

na terra que renasceu,
uma nova esperança se abriu.

o tempo passou a fugir.

do sonho que feneceu no velho país que é o meu,
fica a história por julgar
e a promessa por cumprir.

no novo país ainda vejo pessoas que são donas
de pessoas que são coisas,

onde os novos guardam velhos em casas
de esperar a morte.

onde há gente que trata a gente
como se gente não fosse.

onde há mulheres de comprar e vender,
servindo quem as devia servir.

fica a esperança prometida para o novo país
que nascer.

oprime o meu peito uma ânsia de ser público e actor,
de voltar a ver a flor
no meu país à distância.


Janeiro 2007

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