I
o mar morno mediterrânico
renasce nas mesmas pedras,
agora feroz,
logo lânguido,
século após século
a perder de vista
no poço profundo da história
da ilha de creta.
II
ameias, guaritas,
torres e palácios,
tijolos empilhados
com preceito castrense,
marcam a paisagem,
preservam as fronteiras do tempo
e guardam os segredos de cnossos
na ilha de creta.
III
em dia de sol ouvi
o roçagar das asas de ícaro,
filho de dédalo,
sobrevoando o labirinto
e vi o bastardo minotauro
morrendo à espada de teseu
que não amava ariadne,
na ilha de creta.
IV
sob a porta dos leões
escutei os contos de homero
que exaltavam agamenon,
rei de micenas
das muralhas ciclópicas,
protegido de poseidon,
deus dos mares e das terras
da ilha de creta.
V
ressoavam nas pedras
as patas dos cavalos otomanos,
cruzam-se cimitarras serracenas
com lanças de cruzados hospitalares
e punhais venezianos
em roubos, pilhagens e morte,
corre sangue bizantino nas ruas
da ilha de creta.
Abril 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
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