sexta-feira, 8 de maio de 2009

CINZENTO UNIVERSAL

Branco, negro, cinzento.

Na criação foi o negro,
Da migração nasce o branco.
De um percurso lento, lento,
O que foi negro original,
Por mutação peregrina
Até ao branco final,
A diversidade congrega
Toda a paleta de tons
Da pessoa universal.

Se eu pudesse mandaria
que a cor fosse abolida,
a sombra ocultasse a luz
e a alegria proibida.

Bem melhor seria o mundo
Se a tristeza fosse lei.


O riso, de pouco siso,
Próprio de simples e tolos,
Passaria a clandestino,
Excluído e perseguido
Pela ordem cinzentista.

Pena de morte ao vermelho,
Cor das penas do inferno!

O azul que só faz lembrar
Quando o céu morre no mar.

O verde da esperança efémera
De ser castanho de inverno.

Amarelo, mal amado,
Bandeira de toda a peste.

Acabemos com a cor,
Sejamos todos iguais,
Negros, brancos, cinzentos.


Novembro 2006

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