era uma vez....
uma vez em que me veio,
irresistível,
uma vontade de me deitar,
como fazem os velhos,
era sábado
e o dia mal ia a meio.
senti, por inexplicável razão,
que o dia tinha acabado,
que tudo tinha acabado,
como se tivesse chegado ao fim de um livro.
uma estranha lassidão,
quase dormência,
dominava-me os movimentos.
os sons chegavam-me abafados
e até um repentino e irreal nevoeiro
caiu, intempestivo, sobre a cidade.
todo eu me queria abandonar ao estranho apelo
seria isto a antecâmara da morte?
assim uma espécie de anestesia?
mas eu não quero morrer!
gritou alguém... alguma coisa,
dentro de mim!
quero apenas mudar!
ou terei de morrer para mudar?
morrerei, então, para renascer.
Fevereiro 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
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