segunda-feira, 8 de junho de 2009

OS NOVOS HERÓIS

Chego
fechado na coragem do medo.

Construo
uma cerca de tradições.

Ergo
um muro de confusões.

Moro
n’ aldeia em plena cidade.

Gasto
a vida em terras alheias
de estranhos costumes
onde altos tapumes
escondem cadeias.

Emigro, imigro,
sonhos de estar e voltar.

Procuro
os amigos da terra
que a terra partilha
na solidão amarga
dispersa no nada.

Vem
gente do mar, gente da serra
gente das ilhas da maldição.

Troco
a saudade do nada que tinha,
mas sabia quem era!

Busco
o haver e esqueço o dever
de ser o que sou,
falsa quimera!

Perco-me
no meio, não sei onde estou.


Janeiro 2009

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