quinta-feira, 7 de maio de 2009

DESPEDIDA

acabou,
nem antes nem depois,
acabou no momento certo,
acabou quando ele achou
no seu inescrutável conhecimento,
que tudo estava dito,
que tudo estava feito.

altura de partir
que outras terras o esperam
para além, muito para além
do minho de olhos azuis,
das áfricas negras e brancas

talvez, digo eu,
pudesse ter ficado mais tempo,
mas sei que no lugar p’ra onde vai
também há relógios por consertar
e laranjeiras por plantar.

......................................

pode ir, pai,
mas tenha cuidado, agasalhe-se
que a viagem será longa,
e as noites podem ser frias,
como em sintra, lembra-se?


Abril 2009

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