a mancha branca enchia de cor a tela,
definia um espaço constrangedor
próprio dos vazios,
das pausas,
dos longos silêncios
o pintor
tinha medo das telas brancas
e dos silêncios
o pintor
preferia ouvir os outros
que ouvir-se a si próprio
o pintor
mergulhou na lata de tinta um pincel
de tamanho médio, indistinto,
e de olhos fechados,
fixados no centro do quadro,
desenhou um risco vertical,
azul bem forte,
sobre a tela de dois por um,
como que a rasgá-la
em dois campos de neve
unidos por um pedaço de céu
o traço azul quebrou o silêncio da tela
e o diálogo entre o artista e a obra
fluiu sem mais hiatos
Abril 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
BALADA COM PALAVRAS
sempre as senti algo ocas,
as palavras,
umas sérias, outras loucas,
as palavras
que me dizias ao ouvido
eram histórias, meu amor,
que contavas, sem pudor,
eram histórias
sem amor ao meu coração traído
diz-me que são verdades
as mentiras,
ainda que tenha saudades
das verdades
do tempo que foi perdido
eram histórias, meu amor,
que contavas, sem pudor,
eram histórias
sem amor ao meu coração traído
é já hora de partir,
eu sei,
de recomeçar, de sorrir
bem sei,
de fechar um livro já lido
eram histórias, meu amor,
que contavas, sem pudor,
eram histórias
sem amor ao meu coração traído
Maio 2009
as palavras,
umas sérias, outras loucas,
as palavras
que me dizias ao ouvido
eram histórias, meu amor,
que contavas, sem pudor,
eram histórias
sem amor ao meu coração traído
diz-me que são verdades
as mentiras,
ainda que tenha saudades
das verdades
do tempo que foi perdido
eram histórias, meu amor,
que contavas, sem pudor,
eram histórias
sem amor ao meu coração traído
é já hora de partir,
eu sei,
de recomeçar, de sorrir
bem sei,
de fechar um livro já lido
eram histórias, meu amor,
que contavas, sem pudor,
eram histórias
sem amor ao meu coração traído
Maio 2009
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